Você é indispensável?
Essa é a pergunta que Seth Godin faz em seu livro, “Linchpin: are you indispensable?”disponível também em português com o título “Você é indispensável?”
O que significa ter valor para uma empresa? Quem não é tão jovem se lembra de como era o ciclo de vida do profissional, você entrava em uma empresa, trabalhava duro e esperava que a empresa cuidasse de você. Seth diz que você trocava a sua genialidade e arte por uma aparente estabilidade.
O autor diz que essa realidade era confortável para nós, o nosso cérebro se sente bem com a ideia de que basta seguir o que nos estão mandando fazer que receberemos em troca estabilidade. Hoje, essa estabilidade não existe mais e não sabemos o que fazer.
Segundo o autor, objetivo dos donos de fábrica foi, por mais de cem anos, ter o que ele chama de alto PERL (Percentage of Easily Replaced Laborer), algo como “Porcentagem da Mão-de-obra Substituível” em português. Mesmo os trabalhadores de colarinho branco também entraram nessa rotina, eles também fazem o trabalho de fábrica, porque é planejado, controlado e medido. Se você consegue medir, consegue fazer mais rápido, colocar em um manual, terceirizar, e assim fazer mais barato.
Como se destacar então?
Hoje, as pessoas que se destacam ganham pelo seu “trabalho emocional”. Como diz Seth Godin, se você dá ao seu chefe o presente da arte, insight, iniciativa ou conexão, ela estará menos propensa a buscar todo dia uma maneira de substituir o trabalho que você faz, porque o seu trabalho não é uma mercadoria. Como fazer a diferença? O autor lista sete maneira de oferecer o trabalho emocional:
1 – Provendo uma interface única para os membros da organização
2 – Entregando uma criatividade única
3 – Gerenciando uma situação ou organização de grande complexidade
4 – Liderando clientes
5 – Inspirando funcionários
6 – Provendo um conhecimento profundo em uma área
7 – Possuindo um talento único
O autor comenta que a maioria das organizações estão amorfas. A responsabilidade não está clara, as entregas não são mensuráveis e as metas não são tão claras e simples e as coisas andam mais devagar. É exatamente aí que os novos trabalhadores, que ele chama de linchpin, se destacam, eles fazem o seu próprio mapa, e portanto, permitem que as organizações naveguem mais rapidamente do que elas poderiam se tivessem que esperar pela multidão paralisada entender o que fazer a seguir.
Linchpin, é a chaveta, a cavilha da roda, a peça que mantem a roda no lugar enquanto ela gira e descreve bem o papel que o trabalho emocional tem para manter as empresas girando nesse novo cenário e para quem quiser se destacar nesse novo mundo corporativo.
Outras frases do autor no livro:
“Se dar bem na escola é uma habilidade importante se você pretende ficar na escola para sempre. Mas não é relevante para a sua carreira a menos que ela envolva fazer tarefa de casa.”
“São aqueles que buscam o desconforto que são capazes de fazer a diferença.”
“Abandonar o seu ponto de vista para tentar o de uma outra pessoa é o primeiro passo para conseguir ver as coisas como elas são.”
Muito interessante o texto Solange, parei um pouco para refletir na frase “São aqueles que buscam o desconforto que são capazes de fazer a diferença”. É bom ler coisas assim para refletir um pouco sobre a nossa propria vida.
Paulo, essa é mesmo uma frase poderosa. O inconformismo, o desconforto com o que vemos, é uma das forças mais poderosas que temos dentro de nós, é muitas vezes o motor das nossas conquistas profissionais. No âmbito pessoal, li em algum lugar que é a nossa fraqueza que nos move, basta ver quantos campeões atléticos são deficientes e estão em melhores condições físicas do que pessoas que não tem nenhum empecilho para se exercitarem. Eu iria até além, não é a nossa fraqueza que nos move, mas a nossa convicção de que a fraqueza que nós vemos em nós mesmos ou que os outros apontam não corresponde ao que realmente somos.